Xerostomia
- Boca Seca
Xerostomia ou secura
da boca, caracteriza-se pela manifestação clínica
da disfunção das glândulas salivares.
Na xerostomia, o paciente
pode se queixar de sensação de secura na boca algumas
vezes no decorrer do dia, sendo que a mucosa apresenta-se normal.
Em outros casos, há
ausência completa de saliva. Se a deficiência de
saliva for acentuada, pode haver alterações graves
na mucosa e o paciente passa a sentir grande desconforto. A mucosa
que reveste a cavidade bucal, apresenta-se seca e atrofiada,
pode estar inflamada, pálida e translúcida.
A língua pode
mostrar deficiência pela atrofia das papilas, inflamação,
fissuração, rachaduras e até desnudação.
O indivíduo
portador de xerostomia, apresenta sensibilidade, ardência,
queimação e dor na mucosa da língua.
A xerostomia associada
a uma reação emocional ao bloqueio de um ducto
por cálculo salivar, ou à administração
de várias drogas como a atropina e diferentes anti-histamínicos,
não é considerada como patologia. Algumas pessoas
usam essas drogas contra sinusite crônica, febre do feno
e várias alergias podendo acarretar uma xerostomia à
qual o paciente pode se acostumar.
A xerostomia crônica
predispõe à cárie dentária aguda,
complicações periodontais e perda subseqüente
dos dentes, o paciente apresenta dificuldade para as dentaduras
e incômodo com aparelhos protéticos devido à
secura da boca.
A xerostomia tem uma
grande relação com a halitose. A halitose observada
com freqüência em pessoas idosas se deve geralmente
à xerostomia, por sua vez derivada da hipertrofia senil
das glândulas salivares.
Devido à xerostomia,
a saliva se torna mais viscosa e há maior precipitação
de material saburróide na língua e, freqüentemente,
formação de saburra (placa esbranquiçada
que se localiza no dorso da língua, causando o mau hálito).
Pode ocorrer a perda
da função das glândulas salivares pela radiação
dos raios-x, seja das glândulas, seja das estruturas adjacentes,
é um fenômeno bem reconhecido.
Aplasia das glândulas
salivares, ou seja, ausência do desenvolvimento das glândulas
salivares, é também um agente causador da xerostomia.
A relação
da xerostomia com um distúrbio endócrino foi observada
muitas vezes, e com aparente predileção para a
Síndrome de SJÖGREN ocorre em mulheres na menopausa.
Aparece freqëntemente em mulheres com mais de 40 anos de
idade, embora possa afetar crianças, adultos e jovens.
Existem várias
outras causas de xerostomia, tais como ingestão inadequada
de líquidos, respiração bucal crônica
(adenóide), fumo excessivo, doenças de MIKULICZ,
síndrome de HEERFORDT,doenças sistêmicas
e metabólicas com febre alta e desidratação,
distúrbios emocionais, uso excessivo de alimentos codimentados
e finalmente pobre higiene bucal.
A perda de líquido
pelo organismo, decorrente da hemorragia, sudorese excessiva,
diarréia ou vômitos, pode acarretar redução
de secreção salivar e xerostomia. A poliúria
que acompanha o diabetes melito e o diabetes insípidus
explica, provavelmente, a diminuição da secreção
salivar e consequentemente sede nos portadores desta doença.
***Efeito
sobre os dentes***
***Tratamento***
Depende da natureza da doença,
para a maioria dos pacientes só pode ser oferecido alívio
sintomático. Procura-se encontrar a causa da baixa do
fluxo salivar, deve ter-se uma higiene bucal rígida e
um controle na dieta.
Na tentativa de conseguir a reativação
da função secretora das glândulas salivares,
é recomendado o uso de gomas de mascar e tabletes de fosfato
de cálcio e em condições mais drásticas
o tratamento químico com o aconselhamento e acompanhamento
do cirurgião dentista, com sialogogos; o sialogogo detecta
se a glândula tem condições de reabilitar-se
por si só, caso não seja possível, a única
saída é a reabilitação por saliva
artificial.
Dra.Micheli
Nahás Matiello - Cirurgiã Dentista - Bauru/SP
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Nahás Matiello e De Cicco
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