A
III Idade no Mundo Moderno
No século
16 começaram a aparecer os primeiros trabalhos científicos
que estudam a terceira idade. A partir de então passaram
a surgir inúmeros tipos de poções e dietas
especiais que prolongariam a vida. Cientistas famosos como Descartes,
Bacon e Benjamim Franklin acreditavam que a terceira idade seria
"vencida" pelo desenvolvimento científico.
O primeiro
trabalho científico sobre a terceira idade foi escrito
por um médico francês no século 19 (Jean Marie
Charcot, em 1867) com o nome de "Estudo Clínico sobre
a Senilidade e Doenças Crônicas ". Este autor
não se preocupou com a imortalidade e sim procurou destacar
a importância de se estudar o processo de envelhecimento,
suas causas e suas conseqüências sobre o organismo.
Ilya Ilyich
Metchnikov, cientista russo, (1845-1916) prêmio Nobel de
Medicina de 1908, acreditava que o processo de envelhecimento
era resultado de venenos produzidos no intestino grosso pela deterioração
dos alimentos. Preconizava a ingestão regular de leite
ou iogurte e o hábito de se usar laxantes com freqüência,
hábitos que deveriam esterilizar o intestino.
Inúmeras são as substâncias que se tornariam
famosas por pretenderem ter o poder de diminuir o processo de
envelhecimento. O "Gerovital" (à base de novocaína
e ingredientes secretos) é conhecido mundialmente graças
ao trabalho desenvolvido pela medica romena Ana Aslan.
Além
do Gerovital outros métodos "científicos"
foram desenvolvidos neste século, como o transplante de
testículo de macaco ou de carneiro para o homem, ou a injeção
de células de embrião de carneiro.
Técnicas
de resfriamento do corpo também foram desenvolvidas com
o objetivo de se estancar o processo de envelhecimento ou ainda
manter o corpo congelado até o dia da descoberta da "cura"
para a terceira idade.
O método
da quelação, que através de determinadas
reações químicas provocadas por medicação
(denominada EDTA) introduzida no organismo retiram substâncias
que acelerariam o processo de envelhecimento, como os radicais
livres por ex.. O recente aparecimento da denominada "Medicina
Ortomolecular" nada mais é que um método terapêutico
que vê na eliminação de radicais livres um
meio de desacelerar o processo de envelhecimento e para tal usa
doses elevadas de substâncias químicas principalmente
vitaminas.
Utilização
de doses elevadas de vitaminas, principalmente A, C e E associada
a utilização de hormônios (do crescimento
e da glândula adrenal) poderiam também levar ao rejuvenescimento.
Infelizmente
nenhum destes métodos terapêuticos puderam ser comprovados
cientificamente que são eficientes.
Recentemente trabalhos científicos sugerem que processos
que diminuem a velocidade do metabolismo do organismo poderiam
desacelerar o processo de envelhecimento. Os estudos específicos
sobre o envelhecimento das células e sobre os seus aspectos
genéticos atualmente ocupam grande parte das pesquisas
sobre o envelhecimento.
O desejo
de controlar o envelhecimento é um anseio legítimo
e sem dúvida faz parte da busca pela felicidade. A decadência
de nosso corpo pode nos trazer a infelicidade, sendo que a consciência
de sua finitude pode gerar a depressão. A rejeição
à terceira idade é um mecanismo de defesa natural
do homem.
A aceitação
da terceira idade como uma realidade e a compreensão de
que se pode ser plenamente feliz em qualquer idade é o
caminho correto para se evitar a infelicidade.
Extraído
do livro "Ficar Jovem Leva Tempo
. Um Guia para Viver
Melhor"
Dr. João Roberto D. Azevedo - Editora SARAIVA
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