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AIDS

Numa relação tive a camisinha estourada. Isso possibilita o contagio da Aids? Em seguida lavei o pênis com sabonete, e na tentativa de "esterelizar" o pênis joguei desodorante. Esses procedimentos diminuíram a possibilidade de contagio? Segundo relatos na mídia, a probabilidade de se contrair a doença pelo homem através de uma mulher é bem pequena. Eu sei que existe a possibilidade de contagio, mas ela se compara a o que? A probabilidade de alguém beija-lo coma boca ferida e infecta-lo? Quanto tempo após a relação "duvidosa" devo esperar para fazer um exame de HIV? Existe o período de incubação do vírus, mas ele é de quanto tempo? Existe a possibilidade de transmissão do vírus nesse período de incubação? A Unicamp realiza esse teste? Se sim, onde?

HB

A ruptura da camisinha implica em risco real de aquisição da infecção por HIV. Este risco é maior para a mulher (se o homem for HIV+) do que para ohomem (se a mulher for HIV+). A higiene do pênis após a relação sexual deve ser feita da forma habitual (água e sabão), sendo desnecessário o uso de substâncias químicas, que podem inclusive ferir pele e mucosas, aumentando o risco de contágio pela quebra de barreiras naturais de proteção ao vírus.- A probabilidade de aquisição da infecção pelo homem, na relação heterossexual, é baixa. O risco é variável, de acordo com as condições de saúde dos parceiros. O vírus pode estar presente nas secreções genitais da mulher, mas em quantidade muito menor do que no esperma. A lesão de mucosas genitais pode implicar em um risco adicional (por exemplo, a presença de outras doenças sexualmente transmissíveis, como a gonorréia, aumenta o risco de aquisição de AIDS). Na relação anal, mesmo quando heterossexual, o risco aumenta, pois a mucosa anal é mais frágil do que a vaginal. Convém lembrar, no entanto, que atualmente a principal forma de aquisição de AIDS em muitos países é a relação heterossexual. Após uma relação de risco, o teste para HIV pode ser feito num período de 2 semanas a 2 meses. Os exames habituais (ELISA e Western-Blot) detectam anticorpos produzidos pelo sistema imune do hospedeiro contra o vírus. Desta forma existe um período (chamado de "janela imunológica") em que o indivíduo pode estar infectado, sem ter ainda estabelecido uma taxa de anticorpos detectável. O indivíduo com infecção recente ainda não detectável pelos exames habituais pode transmitir o vírus, uma vez que ele já pode estar circulante no sangue e ser eliminado nas secreções. Além disto, na fase inicial da infecção as taxas de vírus circulantes podem ser altas, uma vez que a resposta de defesa do hospedeiro ainda não está estruturada.- O teste sorológico para AIDS pode ser realizado em laboratórios clínicos particulares. Porém, o ideal é realizar o exame após consulta e aconselhamento médico. Em Campinas, existe também um serviço mantido pela Secretaria de Saúde do Município, o COAS (situado à rua Benjamin Constant, 1685, tel. 236-3711), onde o exame pode ser realizado sem custos e com total privacidade.

Dr. Marcos Tadeu Nolasco da Silva - Pediatra / Infectologista

Aids e Tuberculose

Sou C. Dentista e atendi um paciente de Aids e que estava com tuberculose. Durante o atendimento em si, estava protegido por óculos, mascara, luvas, etc. Mas no contato inicial não havia essa proteção e o paciente tossia muito. Existe risco a mim e minha auxiliar de infeção pela TB?

G. G.

A transmissão da tuberculose se dá por via respiratória, através de gotículas de secreções de vias aéreas contaminadas com o bacilo de Koch, eliminadas pelo paciente com a tosse. Este risco é importante se o paciente for bacilífero, ou seja, eliminar bacilos com as secreções. Com 2 a 3 semanas de tratamento correto, geralmente o paciente deixa de se tornar bacilífero, diminuindo muito o risco de transmissão. Além disto, o contato descrito pelo profissional me parece muito fortuito. O risco de aquisição da doença é maior em contactantes domiciliares ou hospitalares, com contato por tempo mais prolongado. As precauções tomadas durante o atendimento são suficientes para prevenir o contágio. Desta forma, concluo que se opaciente já estava em tratamento efetivo havia pelo menos duas semanas, o risco num contato de curta duração é mínimo. Mesmo sem tratamento, o tempo curto implica em risco muito baixo. Com a AIDS, a importância da tuberculose voltou a crescer. Os profissionais de saúde são freqüentemente expostos ao bacilo. Recomendo ao colega dentista que, se seu contato com pacientes portadores ou com risco de Tb for freqüente, consulte seu médico sobre a necessidade de realizar um teste de intradermorreação com PPD (que avalia de forma simples a resposta imune ao bacilo), e, dependendo dos resultados do teste, uma nova imunização com vacina BCG.

Dr. Marcos Tadeu Nolasco da Silva - Pediatra e especialista na área de AIDS infantil, Infectologia Pediátrica e UTI
 
 

 
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