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Colite Ulcerativa
 

Dr. Alessandro Loiola
|CRMMG 30.278

Também chamada de retocolite, ileíte ou proctite, a Colite Ulcerativa é uma doença que causa inflamação e feridas – chamadas úlceras – no revestimento do intestino grosso – ou cólon. Geralmente a inflamação ocorre no reto na parte mais inferior do cólon, mas pode afetar todos os segmentos do intestino grosso. A colite ulcerativa apenas raramente afeta o intestino delgado, exceto pelo íleo – a porção terminal do intestino delgado. A inflamação causa diarréia, devido à necessidade freqüente de esvaziamento do cólon. As úlceras formam placas no revestimento do intestino, sangram e podem produzir pus e muco.

A colite ulcerativa é uma forma de doença inflamatória intestinal, generalização para as doenças que causam inflamação intestinal. Ela pode ser difícil de ser diagnosticada, pois seus sintomas são parecidos com o de outras doenças intestinais como a Síndrome do Cólon Irritável e doença de Crohn (esta, outra forma de doença inflamatória intestinal). A doença de Crohn difere da colite ulcerativa pois causa uma inflamação mais profunda na parede intestinal. A doença de Crohn geralmente ocorre no intestino delgado, mas pode acometer o trato digestivo da boca ao ânus.

A colite ulcerativa afeta homens e mulheres, sendo mais freqüente em pessoas entre 15 e 40 anos de idade. Mesmo assim, crianças e idosos algumas vezes desenvolvem a doença. Pode haver predisposição familiar.

Causas.

São muitas as teorias sobre as causas da colite ulcerativa, mas nenhuma foi comprovada. A teoria mais aceita diz que o sistema imune reage contra um vírus ou uma bactéria, causando inflamação da parede intestinal.

Os portadores de colite ulcerativa apresentam anormalidades no sistema imune, mas os médicos não sabem se estas anormalidades são a causa ou o resultado da doença. A colite ulcerativa não é causada por estresse emocional ou sensibilidade a certos alimentos, mas estes fatores podem desencadear os sintomas em algumas pessoas.

Sintomas.

Os sintomas mais comuns são dor abdominal e diarréia sanguinolenta. Os pacientes também podem apresentar fadiga, episódios febris freqüentes, perda de peso, diminuição do apetite e sangramento retal persistente.

Cerca de metade dos portadores apresentam sintomas leves. A colite ulcerativa também pode estar associada a artrite, inflamação dos olhos, doenças do fígado (fígado gorduroso, hepatite, cirrose e colangite esclerosante primária), osteoporose, anemia e pedras nos rins.

Ninguém sabe ao certo porquê os problemas ocorrem fora do cólon. Os cientistas acreditam que o sistema imune possa desencadear a resposta inflamatória em outras partes do corpo. Estes distúrbios associados em geral são leves e desaparecem com o tratamento da colite.

Diagnóstico.

O principal exame é a colonoscopia ( Ver Colonoscopia ), cuja indicação depende do relato do paciente e dos achados ao exame físico. O exame visualiza a inflamação, os pontos sangrantes e as úlceras na parede do cólon (intestino grosso), possibilitando a realização de biópsias.

Outro exame útil na suspeita de retocolite é o Enema Opaco (também chamado de enema baritado). Neste exame, injeta-se uma solução de bário no cólon e são realizadas diversas radiografias. O bário desenha o cólon em branco nas chapas escuras. O enema opaco é um método não-invasivo que evidencia úlceras ou outras anormalidades do cólon.

Tratamento.

Varia de acordo com a gravidade da doença. A maioria das pessoas é tratada com remédios, porém os casos mais graves podem necessitar de cirurgia. A cirurgia é a única cura da Retocolite Ulcerativa.

Certos alimentos (variam de caso para caso) podem desencadear crises de retocolite e devem ser evitados pelos pacientes. É importante oferecer apoio emocional e psicológico.

Algumas pessoas podem apresentar remissões – períodos sem sintomas – que duram meses ou anos. Contudo, na maioria dos casos, os sintomas terminam voltando em alguma época. Com isso, fica difícil determinar quando o tratamento realmente foi eficaz.

•  Medicamentos: a maioria dos pacientes com doença leve ou moderada são tratados incialmente com Sulfassalazina. Esta droga pode ser utilizada indefinidamente e associada a outros medicamentos. A forma mais pura contém apenas Mesalamina, o princípio mais ativo da sulfassalazina. Náuseas, vômitos, azia, diarréia e dor de cabeça

Os casos mais graves e aqueles que não respondem ao tratamento com mesalamina podem ser tratados com corticosteróides (prednisona e hidrocortizona são os mais utilizados). Estas drogas podem ser administradas por via oral, endovenosa, na forma de enemas ou supositórios, dependendo da localização da inflamação. Os corticosteróides podem causar efeitos colaterais, como ganho de peso, acne, pêlos na face, hipertensão, mudanças de humor e aumento do risco de infecções.

Às vezes, os sintomas muito acentuados e a pessoa deve ser hospitalizada. Por exemplo, casos com sangramento intenso ou diarréia acentuada com desidratação. A cirurgia pode ser considerada.

•  Cirurgia: entre 25% e 40% dos pacientes com colite ulcerativa serão operados, com retirada do cólon, devido a sangramento maciço, doença grave, rutura do cólon ou risco de câncer.

São utilizadas várias técnicas cirúrgicas, mas a mais comum é a Proctocolectomia com ileostomia. Remove-se o cólon e o reto e a porção final do intestino que restou, o íleo, é exteriorizada por meio de uma abertura (estoma) no abdome. As fezes, então, passam a ser eliminadas através da ileostomia. Adapta-se uma bolsa na ileostomia para coletar as fezes.

Uma alternativa a este procedimento é a chamada Ileostomia continente. Nesta cirurgia, o cirurgião utiliza o íleo para criar uma bolsa dentro do abdome. As fezes são acumuladas nesta bolsa. O paciente esvazia a bolsa inserida nela um tubo através de uma pequena abertura à prova de vazamentos feita na pele. As complicações desta técnica incluem defeito no mecanismo à prova de vazamento e inflamação da bolsa.

Outra técnica que pode ser utilizada é a Anastomose Ileoanal ou Operação de Telescopagem. Ela permite uma vida quase normal e tem se tornado a cirurgia mais comum para colite ulcerativa. O cirurgião remove a parte doente do cólon e a camada interna do reto (mucosa), deixando seus músculos. O íleo é conectado ao reto e ao ânus, criando uma bolsa. As fezes são armazenadas nesta bolsa e eliminadas através do ânus.

A técnica cirúrgica a ser utilizada varia de acordo com a gravidade da doença e as necessidades, expectativas e estilo de vida de cada paciente. A maioria dos casos de colite ulcerativa jamais necessitará de outra cirurgia, pois a operação significa cura para a colite.

•  Sob pesquisa: acredita-se que um corticosteróide chamado Budesonida pode ser tão eficaz quanto a prednisona no tratamento da colite ulcerativa, e possui menos efeitos colaterais.

A Ciclosporina , uma droga que inibe o sistema imune, pode ser um tratamento promissor para as pessoas que não respondem ao uso de corticosteróides ou derivados da sulfassalazina.

O uso de Nicotina (na forma de adesivos ou enema) para diminuir os sintomas ainda é experimental.

Colite Ulcerativa e Câncer de Cólon.

Cerca de 5 por cento das pessoas com colite ulcerativa desenvolvem câncer do cólon. O risco de câncer aumenta com a duração e a extensão comprometida do cólon. Por exemplo, se há envolvimento apenas do final do cólon e do reto, o risco de câncer não é maior que o normal. Contudo, se o cólon está todo comprometido, o risco de câncer pode ser 32 vezes acima do normal.

Podem ocorrer alterações pré-cancerosas nas células do revestimento (mucosa) do cólon, chamdas Displasia. As pessoas com displasia possuem uma chance maior de desenvolver câncer que aquelas que não apresentam estas alterações. A displasia é evidenciada no material de biópsia colhida durante uma retossigmoidoscopia ou colonoscopia.

Recomenda-se que as pessoas que tiveram uma doença inflamatória do intestino (colite ulcerativa ou a doença de Crohn) nos últimos 8 anos devem fazer uma colonoscopia a cada 1 ou 2 anos. Esta sistemática não reduz a incidência de câncer, mas permite um diagnóstico precoce da doença.

 

Responsável Técnico: Dr. Alessandro Loiola, MD

•  Médico, especialista em Cirurgia Geral pela Santa Casa de Belo Horizonte.
•  CRMMG 30.278
•  Staff e Membro da Comissão de Ética do Hospital Nossa Senhora Aparecida, BH.
•  Membro do Conselho Consultivo Editorial de E-Biomed Brazil ( www.ebiomedbrazil.com ).
•  Membro do Health Advisory Board - P/S/L Resarch Group ( www.pslresearch.com ) para conteúdo médico-científico em websites.
•  Membro da AMIA – American Medical Informatics Association (www.amia.org).
•  Membro da SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde
•  Membro do CBTMS – Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde ( www.cbmts.com.br )
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